Enquanto eu contava até quatro, comecei a ouvir a risada alucinatória. Naquele momento, o meu eu criança segurava a mão de alguém que passou direto por mim.
Eu virei para trás rapidamente, mas eram os meus colegas de sala que me encaravam.

“HoSeok?” A professora chamou meu nome. Só então percebi onde eu estava. Era aula de matemática. Eu estava no processo de contar as frutas desenhadas no livro.
Cinco, seis. Eu comecei a contar novamente, mas conforme os números aumentavam, minha voz tremeu e minhas mãos começaram a suar. Eu continuava lembrando daquele momento.

Eu não conseguia lembrar bem o rosto da minha mãe naquele dia. Eu só conseguia lembrar dela me entregando uma barra de chocolate enquanto a gente via as atrações no parque de diversões.

“HoSeok, conte até dez começando agora e, só quando acabar, abra os olhos.”

Quando eu terminei de contar e abri os olhos, minha mãe não estava mais lá. Eu esperei e esperei, mas ela não voltou. Nove foi o último número que eu contei. Eu só tinha que contar mais um número, mas a minha voz não saía. Meus ouvidos começaram a apitar e minha visão se embaçou. A professora fez um sinal para que eu
continuasse. Meus amigos me observavam. Eu não conseguia lembrar bem o rosto da minha mãe. Se eu contasse mais um número, minha mãe nunca mais viria me procurar.

E, simplesmente assim, eu caí no chão desmaiado.