*Alerta: Essa nota possui conteúdo sensível com menções a abuso e violência.

Tirei meus sapatos, joguei minha bolsa no chão e fui para a sala. Meu pai estava realmente lá! Não pensei em quanto tempo fazia ou de onde ele tinha vindo. Eu, sem pensar, pulei nos braços do meu pai. Não me lembro bem o que aconteceu em seguida. Se o cheiro de álcool veio primeiro, se o xingamento veio primeiro ou se ele deu um tapa na minha bochecha primeiro. Eu não sabia o que estava acontecendo.
Havia cheiro de álcool, respiração pesada e mau hálito. Seus olhos estavam vermelhos e sua barba parecia crescer irregularmente. Ele deu um tapa na minha bochecha com sua grande mão. Ele acertou minha bochecha novamente perguntando o que eu estava olhando. Então ele me ergueu no ar. Seus olhos vermelhos brilhantes eram
assustadores, mas eu estava com tanto medo que não conseguia chorar. Esse não era meu pai. Não, era o meu pai. Mas não era. Meus dois pés se agitaram no ar. No momento seguinte, após bater minha cabeça violentamente contra a parede, eu caí no chão. Parecia que minha cabeça havia explodido. Meu campo de visão oscilou e logo
tudo ficou escuro como breu. Minha cabeça estava cheia apenas com o som da respiração ofegante do meu pai.